O poder do storytelling para as empresas

Ilustração a preto e branco com cartas a voar e a personagem da Alice no País das Maravilhas da autoria de Sir Jonh Tenniel do livro Alice no País das Maravilhas, cujo autor é Lewis Carrol

Sabia que a arte de contar histórias integrada numa estratégia de Marketing de Conteúdos é uma poderosa forma de criar relações com os seus clientes? Descubra qual o poder do storytelling para as empresas. 

As histórias estão presentes nas nossas vidas desde quase o momento em que nascemos. Despertam-nos sentimentos, emoções distintos e por isso é que algumas delas acabam por nos marcar para a vida.

E se as histórias da sua marca ou da sua empresa tivessem este tipo de impacto nas pessoas? Elas podem ser uma verdadeira lufada de ar fresco na sua estratégia de marketing de conteúdos e, portanto, de marketing digital.

Sendo assim, podemos garantir-lhe que têm um potencial real de contribuir para o aumento de receitas e fidelização de clientes. É de poder, no verdadeiro sentido da palavra, que falamos.

Contar histórias sobre que temas?

Há cerca de um ano um amigo, o Gonçalo, lançou-se num negócio por conta própria: abriu uma lavandaria. Rapidamente criou conta nas redes sociais. Contudo, ao fim de dois dias, numa das nossas conversas de café, desabafava:
– Não sei que conteúdos hei-de partilhar? Já publiquei fotos da lavandaria, de roupa. Falo sempre dos serviços que presto? Dos preços? Do horário de funcionamento?
– Isso motiva-te a seguir alguém nas redes sociais? – perguntei.
– Não me parece!
– Então e se falasses de problemas e situações da vida real que acabam por ter impacto num grande número de pessoas. Como é que conseguimos manter as nossas toalhas fofas e macias, como é que os teus clientes podem secar melhor a roupa na lavandaria gastando menos dinheiro…

No caso do Gonçalo, dono de uma lavandaria, é crucial que ele se foque nas motivações para se usar o serviço, nas preocupações, nos cuidados, nas dicas, na forma de facilitar a vida das pessoas. Assim, fica dado o mote para começar a contar histórias.

Mas afinal o que é o storytelling?

Não entrando em definições demasiado técnicas, o storytelling é a arte de contar histórias, de transmitir mensagens. Ademais, a personagem que se encontra em determinado ambiente apresenta desejos e conflitos. Tipicamente, é seguida uma estrutura básica de introdução do conflito, desenvolvimento e conclusão.

O grande objetivo é envolver a audiência, com o intuito de conduzi-la a uma ação em particular: o download de um conteúdo, a realização de um curso, a aquisição de um produto ou serviços, etc.  

O que precisa de saber antes de começar a fazer storytelling?

Por exemplo, no caso do Gonçalo, antes de ele se atirar de cabeça na produção dos vídeos, precisa de ter clara alguma informação sobre o seu negócio:

  • Quais os objetivos do seu negócio;
  • Como é que ele pretende que estes novos conteúdos lhe permitam atingir esses objetivos;
  • Quem são os clientes dele? Quais são as buyer personas (perfil semificional que, no fundo, representa o ciente ideal);
  • Para que buyer personas vai falar? O conteúdo será direcionado a clientes ou potenciais clientes? Em que etapa do funil de vendas se encontram (descoberta, reconhecimento da necessidade de compra, consideração da solução, comparação de soluções);
  • Porque vai contar essas histórias? Em que tipo de conteúdo esse público estará interessado? Guias para aprenderem a cuidar melhor da roupa? Vídeos sobre arrumação de roupa? As opções são diversas;
  • Onde é que vai contar essas histórias;
  • Quando é que vai partilhar as histórias;
  • A equipa que vai produzir os conteúdos possui competências para poder desenvolver conteúdo de qualidade? Confia nela?

Quem pode fazer storytelling?

A resposta não poderia ser mais objetiva: todas as marcas podem fazer storytelling. No entanto, precisam de estratégia e de reunir competências e recursos para a produção de conteúdos.

Eis alguns exemplos:

  • A empresa de tecnologia pode explicar como a vida de um cliente em particular ficou mais simples depois de contratar os serviços de cloud service da empresa;
  • A dona da cabeleireira pode partilhar como é que a vida de uma cliente mudou depois de ter feito uma mudança de visual que lhe pôs o ego nos píncaros;
  • O Gonçalo, dono da lavandaria, pode começar a fazer histórias em vídeo sobre as etapas de arrumação de roupa em casa.

Que cuidados deve ter quando escreve a sua história?

A introdução: apresentar a personagem, o ambiente o conflito ou problema, de modo a criar empatia com o público, permitindo que este se identifique com a personagem;

A apresentação do problema: expor o problema, de preferência suscetível de gerar identificação com o público por exemplo. No caso da lavandaria do Gonçalo, o problema pode assentar na incapacidade de manter a roupa sempre arrumada.

Desistência e primeiro apoio: O primeiro instinto até pode ser desistir do desafio, mas com a ajuda de outro protagonista, um mentor, por exemplo, a solução acaba por começar a emergir. Nesta etapa, a solução do conflito pode passar pela sua marca ou empresa.

A superação: Os desafios continuam e o protagonista demonstra capacidade para os superar. O protagonista encontra-se num processo de desenvolvimento pessoal.

Desafio final: O desafio final é superado pelo protagonista quando ele vence os seus receios. Nesse sentido, e no caso da lavandaria do Gonçalo, a superação do medo passa pelo recurso aos serviços da lavandaria ou da informação que a marca disponibiliza para ajudar os seus clientes.

Resolução e conclusão: Com a ajuda da lavandaria do Gonçalo, um dos seus clientes, protagonista de uma história supera a incapacidade de ter sempre a roupa em dia e arrumada. O sentimento que demonstra é de vitória e de realização pessoal.

Na verdade, o Gonçalo pode simplesmente dar as dicas aos seus clientes e potenciais clientes, mas quando constrói uma narrativa está a transportar os seus clientes para outro nível de identificação, apresentando problemas e conflitos e trazendo soluções.

Dicas finais para a criação da sua história

Consegue identificar no seu negócio gatilhos que possam alicerçar uma história e despoletar sentimentos e emoções nos seus clientes? Faça uma tentativa e tenha ainda em consideração algumas dicas finais:

  • Conte histórias simples;
  • Baseie a história numa experiência pessoal;
  • Baseie a sua história em dificuldades e/ou curiosidades do seu público;
  • Tenha em mente que a sua história deverá dar resposta a um conflito;
  • Seja verdadeiro, sempre;
  • Use diálogos reais;
  • Valorize as descrições visuais e sensoriais;
  • Fale sobre emoções, ligue-se às pessoas através das emoções;
  • Envolva a sua equipa;
  • Escolha recursos visuais representativos da sua história;
  • Arrisque no formato: comece com formatos mais simples e aos poucos diversifique.

Como pode constatar o storytelling não é mais do que associar os problemas reais e as necessidades a que os seus produtos e serviços dão resposta apresentando uma história exemplificativa.

Dê largas à imaginação e, acima de tudo, ouça os seus clientes e inspire-se. Boas histórias!

* A imagem do artigo é uma ilustração da autoria de Sir John Tenniel do livro Alice no País das Maravilhas, cujo autor é Lewis Carroll.

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